Qual é o papel do gestor educador?
Com a preocupação que a abordagem deste tema buscasse a ênfase no dever do gestor exercer o papel de educador, sem ultrapassar limites de atribuição institucional, consultamos um dos mais experientes educadores no âmbito da gestão ambiental pública, o professor José Silva Quintas 3 , que começou nos dizendo o seguinte:
“ A educação ambiental na gestão ambiental pública, sempre tenho reiterado em minhas falas e escritos, tem como finalidade contribuir para construção de uma sociedade justa, democrática e ambientalmente responsável e segura, por meio da intervenção coletiva, organizada e qualificada da cidadania nas ações de regulação dos modos de apropriação social dos recursos ambientais praticadas pelo Estado. Mesmo determinando que garantir o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é incumbência do Estado e somente dele, a Constituição Federal não exime a coletividade da responsabilidade por sua proteção e defesa. Neste contexto a EA, na qualidade de uma das sete incumbências constitucionais do poder público para garantir a concretização deste direito, é antes de tudo uma educação voltada, sobretudo, para o exercício coletivo da cidadania no sentido pleno . ” Brasília, Entrevista realizada com o Professor José Silva Quintas em 29/03/2016.
Sendo a escolarização e sua prática, particularmente na escola pública, um processo essencial para formação da cidadania, não há como deixar de lado a temática da gestão ambiental pública na prática curricular. As decisões tomadas pelo poder público sobre os modos de destinação e uso dos recursos ambientais na sociedade, por afetarem as várias dimensões da sua dinâmica social, são uma questão fundamental para ser trabalhada no currículo escolar, que não deve se resumir à grade curricular.
O histórico da abordagem da questão ambiental no mundo escolar revela a prevalência de uma visão naturalizada sobre ela e sacralizada da natureza (mesmo quando aborda temas atuais como sustentabilidade), passando ao largo da realidade da gestão ambiental pública com suas múltiplas e complexas mediações. Talvez por falta de acesso ao conhecimento sobre a GAP, haja a tendência de os professores do ensino fundamental e médio trabalharem a problemática ambiental exclusivamente no viés da responsabilidade individual para evitar e conter a degradação do meio ambiente. Daí o foco exclusivo nos chamados comportamentos ecologicamente corretos. E, diga-se de passagem, o foco na ação individual e a quase nenhuma importância atribuída ao protagonismo coletivo não são monopólio da escola. Talvez o exemplo mais emblemático e trágico, por suas implicações na saúde pública, seja o do combate ao mosquito Aedes aegypti.
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Há anos o poder público gasta fortunas para “conscientizar e ensinar” os moradores a evitarem criadouros. Não se discute o problema coletivamente, que é antes de tudo ambiental, com e em escolas, ruas, bairros e cidades. Não há discussão das causas. Quando o assunto é tornado público é apenas para prescrever condutas tecnicamente corretas. Não há debate sobre as responsabilidades das pessoas com as outras e do Estado na promoção de políticas públicas de saneamento básico, pavimentação e moradia. Por outro lado, não é demais lembrar que a resolução do Conselho Nacional de Educação No 2, definidora das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, considera que “o atributo ambiental na tradição da educação ambiental brasileira e latino-americana não é empregado para especificar um tipo de educação, mas se constitui em elemento estruturante que demarca um campo político de valores e práticas, mobilizando atores sociais comprometidos com a prática político-pedagógica transformadora e emancipatória capaz de promover a ética e a cidadania ambiental”;...
Não há como a escola brasileira cumprir a missão constitucional de “preparo para o exercício da cidadania” tratando a problemática ambiental como fato natural em lugar de considerá-la um processo sócio histórico. Tomar o espaço da gestão ambiental pública como espaço para desenvolvimento de processos de ensino-aprendizagem na educação escolar, como propõe a educação ambiental na GAP, tem se mostrado um caminho promissor nos lugares em que se tem praticado. Educadores e gestores ambientais que atuam na GAP são portadores do instrumental de conhecimentos que a escola necessita para implementar a educação ambiental no seu âmbito. Portanto, estes profissionais e, principalmente os educadores, têm o dever de promoverem a socialização deste conhecimento na educação escolar”.
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